terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Gás veicular ganha espaço frente à disparada do álcool

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Com a recente disparada do preço do litro de álcool, que em Joinville chega a custar cerca de 84% do valor do litro da gasolina – o recomendável pelo governo é que esse limite não ultrapasse 70%, a fim de compensar o pior rendimento por quilômetros rodados do primeiro em relação ao segundo –, a discussão sobre a conversão do veículo para também utilizar gás natural voltou a ser interessante, sem contar que o produto passou a ser mais procurado nas bombas dos postos de combustíveis.

Bastante movimentado por estar localizado numa das principais vias do centro da cidade, a Dr. João Colin, o posto da esquina com a rua Max Colin registrou aumento de 30% na venda do GNV (gás natural veicular) nos últimos 40 dias, segundo frentistas do estabelecimento. Nesse posto, o preço do litro de gasolina custava R$ 2,65; o do álcool R$ 2,24 (84,7% do preço da gasolina); e R$ 1,59 por metro cúbico do GNV.

O fotógrafo Jacson Borges disse que não abre mão de abastecer seu Renault Scenic somente com gás. “Com 15 metros cúbicos de GNV, rodo 180 quilômetros na cidade, sem estar com o ar condicionado ligao”, afirmou ele. Já com 15 litros de gasolina, Jacson não rodaria tanto e, com álcool, menos ainda.

Joinville possui 250 táxis regularizados, sendo 95% dos veículos convertidos para utilizar GNV, além do álcool e gasolina. O taxista José Buzzi contou sobre as vantagens do combustível. “Na cidade, o meu Meriva faz 7,5 kms por litro de álcool, nove com a gasolina e 10 por metro cúbico de gás, sem contar que polui menos”, disse José.

Edson Bonkowski, colega de José, só lamentou que os dois cilindros de gás que equipam seu carro têm capacidade para apenas 7,5 metros cúbicos de gás cada. Segundo os dois profissionais da praça, as montadoras deveriam fabricar mais veículos equipados com cilindros. Hoje, apenas o modelo Siena da Fiat sai de fábrica com o equipamento. Quem opta por fazer a conversão é obrigado a contratar o serviço em oficinas automotivas autorizadas.

O frentista Julenei das Costa, que trabalha no posto situado na altura do número 5.800 da rua Dona Francisca, bairro Santo Antonio, disse que a procura por GNV cresceu 30% nos últimos dias. “Mas o que chama a atenção é que vem muita gente perguntar se compensa fazer a mudança que possibilita utilizar também o gás. Eu respondo que vale”, afirmou Julenei. No posto, o preço do litro da gasolina era de R$ 2,65; o do álcool, R$ 2,16 (81,5% do valor da gasolina); e o do metro cúbico do GNV a R$ 1,59.

A reportagem procurou o Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Santa Catarina para falar sobre o assunto, mas não obteve retorno.

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