sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Crédito será fator importante para o crescimento em 2010

Vamberto Santana, professor de Política Econômica e Análise Conjuntural da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e economista, avalia que o cenário otimista no Brasil em 2010 mostra que o País superou suas limitações e venceu o medo diante da crise financeira global. Contribuíram a redução das taxas de juros, que saíram 13,75%, no início de 2009, para 8,75% no final do ano, a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, inclusive caminhões e ônibus; produtos da linha branca e materiais de construção. Somam-se a inflação menor e a oferta de crédito ao consumidor.

“O PIB do segundo trimestre apresentou crescimento em relação ao primeiro e o terceiro e quarto trimestre também tiveram incremento positivo, o que sinaliza boas perspectivas para 2010”, explica Santana. De acordo com o professor da UFPR, o empresariado já pode vislumbrar boas perspectivas de vendas.

O professor da UFPR explica que as classes C, D e E, que não costumam poupar, vão dirigir seus recursos para o consumo, devido à melhoria da renda e às expectativas de manutenção do emprego. Ele lembra que o salário dos trabalhadores, em sua maioria, teve um ganho real em 2009. Só o salário mínimo apresentou aumento entre 3% e 4% acima da inflação.

Para os empresários, Santana aconselha que a partir de 2010 eles trabalhem dentro de um novo horizonte, que inclui um mercado mais competitivo. “O sucesso das empresas vai depender da eficiência, com a redução dos custos e da margem de lucro e a busca por menores preços da matéria-prima.”

O crédito, na opinião de Santana, continuará sendo um fator importante para o crescimento das vendas. Segundo ele, o financiamento é importante tanto para o consumidor quanto para as empresas. No caso específico das empresas, existem linhas vantajosas de financiamento em bancos públicos e privados e dependendo do porte, a companhia poderá buscar recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para expansão de loja, aumento de chão de fábrica, aquisição de uma franquia ou abertura de novos supermercados.


O diretor do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef/PR), Nelson Oliveira, chama a atenção para as perspectivas favoráveis do microcrédito. “Existe uma alta demanda por parte de recursos, mas os empresários precisam de um acompanhamento, além da consciência de que o crédito se destinará somente às atividades empresariais. Os recursos que entrarem no caixa devem ser usados apenas para alavancar as vendas e nunca confundir caixa com fluxo de caixa, como a maioria faz.”

Embora nos últimos meses de 2009 houvesse o aquecimento da demanda, em alguns setores, a demanda interna não foi suficiente para que o setor industrial trabalhasse com capacidade plena. Segundo o professor da UFPR, hoje as indústrias, na média, estão trabalhando com uma ociosidade entre 18% e 20%, o que pode ser considerado um nível aceitável no contexto da economia.
Planejamento

Quando se fala em empresa bem-sucedida, a palavra mais pronunciada por executivos, administradores e economistas é planejamento. Em meio à tradicional correria de final de ano, pelo menos um compromisso não pode ser deixado de lado pelos empresários, de qualquer ramo e tamanho do negócio. Trata-se do planejamento das atividades de 2010, feito com base no balanço de 2009 e à luz de novas oportunidades e exigências legais.

As grandes empresas têm departamentos e pessoas especializadas para “pensar” e “decidir”. Entretanto, é preciso que essa cultura de planejamento se estenda também para as micro, pequenas e médias empresas, alerta Nelson Oliveira. Isso amplia a oportunidade de negócios, facilita a gestão e pode levar à efetiva redução de custos na área tributária.

Agência Sebrae de Notícias

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